Oioi... Tô voltando a escrever aqui, meio sem graça, sem jeito. Desculpas a parte, ( e são muitas), e motivos também, ( quem dera eu não os ter), aqui estou de volta, descaradamente, escrevendo, arranhando a parede com as unhas. Rabiscando sobre o ser, o sentir e esse cotidiano vil.
Um empurrão na areia para lançar o barco. Tô observando. Mão no queixo, olho serrado "e boca Piu". Mas os dedos, há os dedos... Rs
Esse lance, quase negócio, de achar o seu caminho, de se valorizar, focar em si, e se impor diante do que que te afeta, me parece coerente e necessário.
É importante. Todavia, desbandeirar por essa senda, assim sem freio ( leia-se reflexão), parece ser mais praticável enquanto só. Tenho reparado que quando rumamos a qualquer custo, mar a dentro na direção do que queremos e empurrando com o pé para longe o que não queremos, assim, só por que não queremos, porque cansa, porque é chato, porque... Porque me desagrada, empurramos também o outro que chamamos de parceria. Vejo que o auto cuidado é o irmão gêmeo bacana do egoísmo. É difícil distinguir. Buzinas, trânsito das 18:00 horas, boletos, o player político no trabalho, o cansaço típico da quinta feira, todos juntos com os lábios roçando a sua orelha e em um burburinho típico de feira de domingo, sussurrando hastags, arrobas e asteriscos sem descanso. Fatores externos pruriginosos. Eles tornam quase impossível ver com clareza quem é quem. Qual delas é a Rute e qual é a Raquel?
E é nessa fumegante bregadeia que focando em nós, avultamos o eu, e esquecemos que aquela pessoa que está comendo um quilo de sal conosco também tem querer. Também se desgasta, também faz votos de felicidade para si e sofre interferências urbanas enquanto vive seus dilemas. E pasme, ela também tem a sua jornada, desejo de se tornar quem se é. E para além disso, também quer se impor, empurrar seu barco, afastar de si o que desagrada.
É... E é nesse bolo doido em que o pau quebra na casa de Noca que casais que se amam rechacam um ao outro, pois é no covil sujo do convívio que ambos querem a casa limpa mas é insuportável limpar a sujeira do outro. E sim, você e o outro sempre deixam um resíduo, uma almisca chata que insiste em impregnar.
A pessoa "A" é uma bagunceira compulsiva, fazendo a casa parecer uma pocilga cheia de crianças, mas, sem crianças. Limpa, arruma e logo depois bagunça denovo. Mas quer a casa sempre arrumada e ajuda imediata na limpeza infinita do seu ritual bisonho.
A pessoa "B" não é bagunceira, é média, mas não quer participar dessa tortura, não consegue imaginar Sísifo feliz. A primeira reclama da bagunça que provoca, a segunda quer a casa limpa e arrumada, mas sem ser ter que passar todo o tempo arrumando. Cobra que "A" coloque as coisas em suas "casinhas". Ambas odeiam limpar e arrumar, ambas querem limpo, ambas não podem custear uma diarista. Ambas querem ser felizes, ambas não aceitam as verdades que escutam. Ambas querem só o que querem sem considerar o grande outro, que vira um monstro barrigudo de piercing no septo.
Se por na ponta da Bic, dois juntos gastam por três e sujam por quatro. Ainda é um desejo de muitos viver a dois, inclusive o meu. Entretanto, esse nó de corrente dói os dedos quando insistimos em desatar. Fazendo parecer mais viável e confortável desatar a parceria. Mas, não queremos o que queremos.
Suspiro aqui.